Especial Imigração Italiana no RS

20 de maio de 2025

Italianos chegaram ao Rio Grande do Sul há 150 anos em busca de vida digna   


O dia é considerado um marco porque nesta data, em 1875, chegaram a Nova Milano, atual distrito de Farroupilha, os primeiros imigrantes italianos. As famílias de Stefano Crippa, Tomazo Radaelli e Luigi Sperafico encontraram as terras praticamente inexploradas da região, com grande quantidade de matas virgens e indígenas, entre eles, Luís Bugre, que serviu de guia para eles.


Este processo migratório dos europeus se deu dentro de um contexto de crise agrícola e da industrialização iniciada após a unificação da Itália. Grande parte da população estava sem trabalho e endividada na época. O excesso de pessoas, aliado a doenças endêmicas e ao horror da guerra ajudaram a formar o caldeirão para que os italianos cruzassem o Oceano Atlântico em busca de uma vida mais digna.


Enquanto isso, a maior parte do território brasileiro estava desabitada e sofria com a carência de mão de obra livre. Com o processo imigratório, o Brasil buscava substituir a mão de obra escrava na lavoura pelo povoamento de áreas desocupadas, com ênfase no desenvolvimento agrícola das regiões do sul do Brasil.


No Rio Grande do Sul, italianos do Norte do país europeu chegaram nas áreas pós-imigração alemã, especialmente no Nordeste do Estado. Assim começou a nascer a Serra Gaúcha. O primeiro ciclo migratório ocorreu entre 1875 e 1914, trazendo para o Estado cerca de 84 mil pessoas, que deixaram a Lombardia, o Vêneto e o Tirol em busca de oportunidades e fugindo das tensões que culminaram na Primeira Guerra Mundial. O ápice foi entre 1884 e 1894, com a chegada de 60 mil italianos, que ajudaram a forjar o Estado.


Adaptando os costumes e valores trazidos da Itália, os imigrantes criaram uma cultura própria. Na Serra, ainda se fala em um idioma local, o Talian. Nas artes, os italianos também se fazem presentes, através de figuras como Aldo Locatelli. Na gastronomia, nem precisaria falar. Salame, copa, queijo, capeletti, grostoli, espaguete, pizza, vinho, espumante… É tanta fartura à mesa que festivais de comida e bebidas típicas italianas se espalharam pelo Estado.


Começo da vida no Rio Grande do Sul não foi fácil 


Ao chegarem à colônia, os imigrantes eram recebidos por uma comissão de terras e alojados em barracões, se alimentando de caça, pesca, frutos silvestres e do pouco que era fornecido pelo governo até se instalarem em seus lotes rurais. Ao se instalarem, iniciavam uma agricultura de subsistência. As primeiras indústrias artesanais, com características domésticas e utilização de mão de obra familiar, assim como o comércio de troca e venda de produtos, surgiram com a produção de excedentes agrícolas e com a criação de animais.


Caí serviu como “autoestrada” dos imigrantes


Mas o que nem todos sabem é que neste fluxo entre a Europa e o Sul do Brasil, São Sebastião do Caí, no Vale do Caí, teve um papel fundamental. Elevada à cidade em 1º de maio de 1875, nesta época a área era predominantemente ocupada por fazendas luso-brasileiras, habitadas por populações de origem portuguesa, descendentes de indígenas e afro-brasileiros. Era sede do poder econômico e político de sua região por causa de seu porto.


Durante o século 19 e o começo do 20, o Porto dos Guimarães e a navegação fluvial foram o principal motor econômico da cidade. No auge da navegação, embarcações a vapor, barcaças e lanchões transportavam mercadorias como alfafa, frutas cítricas, madeira e produtos manufaturados, além de passageiros. Numa época em que carretas de tração animal eram o principal meio de transporte, a navegação pelo Rio Caí virou uma “autoestrada” entre Porto Alegre e Caxias do Sul.


 Foi seguindo este caminho que os imigrantes italianos chegaram às localidades de Conde D’Eu (Garibaldi), Dona Isabel (Bento Gonçalves) e Campo dos Bugres (Caxias do Sul). “O cais do porto de São Sebastião do Caí foi utilizado como último ponto para o trajeto feito pela água pelos imigrantes italianos em direção ao Campo dos Bugres. A partir dali, eles subiram a Serra em carretas puxadas por bois com cascos ferrados e cavalos”, explica professor Caio Flores Coelho. “São Sebastião do Caí era ponto mais alto que a navegação fluvial conseguia chegar no Rio Caí com vapores de médio calado. E era o fim da Estrada Rio Branco, que ia de Caí até Caxias”, contextualiza.


Ponto de passagem para a Serra


Estudioso da história de São Sebastião do Caí, Coelho aponta que a maior parte dos imigrantes desembarcou no Porto dos Guimarães, com outros contingentes chegando também em Maratá e Montenegro. “Servia como ponto de passagem, pois os imigrantes italianos foram direcionados para terras que lhe foram doadas na região ainda não colonizada da Serra, ao redor de Caxias. A região ao redor de São Sebastião do Caí já havia sido colonizada antes por fazendas luso-brasileiras e colônias alemãs”, detalha. 


O professor da Unisinos conta que acidentes, inclusive fatais, não erram raros entre o final do século 19 e começo do século 20 na navegação fluvial do Caí. As mais avassaladoras aconteciam quando a caldeira de um vapor estourava e ocasionava na explosão da parte central da embarcação. Esse foi o caso do vapor Maratá em 1890, com mais de 20 mortes, inclusive de italianos que morreram na explosão do vapor em 9 de fevereiro de 1890.


Caxias se emancipou de São Sebastião do Caí


Maior cidade da Serra, Caxias do Sul se emancipou de São Sebastião do Caí em 1890, cinco anos após a criação do município no Vale do Caí. Logo, Flores da Cunha, Farroupilha (berço da colonização italiana) e São Marcos, emancipados entre 1924 e 1963 de Caxias do Sul, chegaram a pertencer ao grande território de São Sebastião do Caí no final do século 19.


“O objetivo dessas emancipações era facilitar a administração pública de regiões de interesse. O Caí tinha potencial por causa da navegação fluvial, Caxias tinha outro perfil, uma vez que serviu de ponto para a expansão da fronteira agrícola do Rio Grande do Sul”, explica o professor do Curso de História da Unisinos, Caio Flores Coelho.


Em Gramado temos como marco zero o ano de 1885 na Linha Nova.


Em seguida na Linha 28, pelas famílias de Augusto e Josephina Bordin, por volta de 1900. A nonna Angelina, primeira filha de Augusto e Josephina Bordin nasceu no dia 24.12.1895, e na certidão de nascimento consta como endereço a " estrada que leva ao local chamado Quilombo". Fonte destas informações: Gilnei Ricardo Casagrande - Diretor Cultural do Circolo Trentino de Gramado e pesquisador da imigração no RS.


O monumento comemorativo dos 150 anos da imigração italiana representa uma cena do cotidiano dos imigrantes, concebida como uma janela ou portal que conecta passado e presente. A obra traz imagens figurativas de forma estilizada e contemporânea, propondo um diálogo entre memória e atualidade. Criado e doado pra o Circolo, pela artista plástica Débora Irion, o projeto reúne quatro materiais — pedra, ferro, madeira e cristal — que, de maneira inusitada, se complementam e se fundem. Os elementos da escultura interagem entre três planos principais, criando formas em relevo e vazadas que conferem profundidade e dinamismo à composição.


Instalado na Praça das Etnias, junto à Casa Italiana, conduzida pelo Circolo Trentino di Gramado, presidida por Pedro Andreis, o monumento se torna um marco histórico e simbólico da representatividade dos imigrantes italianos que chegaram à região e contribuíram significativamente para a construção da cidade de Gramado.


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